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Estranho

Eu sou de um povo que não se entende

Tudo o que sinto, ninguém compreende

Choro, grito... alguém escuta

Mais um lamento, uma criança bruta


Fico sozinha, desgosto do mundo

Desligo as luzes, continuo no escuro

Paro e penso: o que fazer?

O que mandam, eu não quero ser


Nunca espero muito Dele, eu sigo

Ainda que eu não queira chorar, eu ainda sinto

Nunca me peçam pra calar, eu digo

Não quero me tornar estranho, mas preciso


Esqueço o sol, apago a memória

Viagem ao livro que me deixa de fora

Ouço vozes, não dizem por quê

Não me enquadrei nenhuma vez


Abro os olhos, ainda sinto o vento

Não acredito que Ele leia pensamento

E a esperança só me leva a acreditar

Algum dia hei de me encontrar


Nunca espero muito Dele, eu sigo

Ainda que eu não queira chorar, eu ainda sinto

Nunca me peçam pra calar, eu digo

Não quero me tornar estranho, mas preciso


Eu penso, eu acho, eu quero, eu preciso (eu digo)

Eu falo, eu corro, eu choro, eu fico (eu finjo)

Eu caio, eu bato, eu sonho, eu risco (eu brigo)

Eu canto, eu danço, eu toco, eu pinto (eu minto)

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